Moradia flexível: uma solução para descentralizar os centros urbanos?
13/03/2025
(Foto: Reprodução) O modelo facilita o acesso a serviços, traz liberdade e menos burocracia, impulsiona a descentralização urbana e melhora a qualidade de vida. Cada vez mais novas maneiras de viver estão surgindo, novas formas de morar, de se relacionar, de se locomover, de se alimentar, novos hobbies, novos gostos e novas formas de se relacionar com as cidades.
A nova geração chega trazendo a ideia de viver no presente, de aproveitar o hoje, de viver experiências e não viver “presa” a algo. Cada vez mais novos conceitos surgem e como essas transformações impactam em nossas vidas?
Uma nova forma de morar surge, porém adotando um conceito “antigo”, o da cidade de 15 minutos, que é quando podemos acessar o trabalho, moradia, serviços, comércio, lazer e áreas verdes a uma distância de 15 minutos a pé.
Quando falamos de moradias flexíveis, falamos da moradia de curta e média duração, que trazem mais liberdade de acesso, menos burocracias e segundo Felipe Casagrande, CEO da Yogha ”pude ver a necessidade da moradia de curta duração através de uma experiência pessoal, quando precisei mudar de cidade por questões profissionais e fiquei 3 meses em uma locação assim, sem a burocracia de uma imobiliária tradicional, com infraestrutura e podendo ter uma dinâmica que um hotel não me proporciona”.
Ele nos conta que o mercado da moradia tradicional não deixará de existir e a moradia flexível é apenas mais um modelo de consumo de morar. Antes só se tinham duas opções no mercado, ou a compra ou o aluguel de imóveis, dificultando os momentos de viagens a trabalho, a lazer ou até mesmo uma mudança, sendo necessário o uso de hotel quando era preciso ficar pouco tempo na cidade.
Um grande diferencial para a escolha do local da moradia flexível, tanto para o investidor quanto para o solicitante, é a região. Primeiro se analisa a cidade no macro e depois no micro: o que essa região me proporciona? É possível realizar o que preciso em 15 minutos a pé? Já em relação a infraestrutura do empreendimento as unidades são mais compactas, contando com ar condicionado, plataforma de streaming, um bom chuveiro e uma boa rede de internet, a qual é a principal solicitação do público, vindo antes mesmo de uma solicitação de piscina por exemplo, comenta Casagrande.
Esses empreendimentos buscam proporcionar maiores áreas compartilhadas, contando com academia, lavanderia, coworking, sala para fazer uma reunião mais rápida, piscina, terraço, áreas verdes, entre outros pontos.
Esses empreendimentos nem sempre contam com áreas de estacionamento, devido à grande parte do público serem adeptas ao aplicativo de transporte, a qual está muito mais ligada ao estilo de consumo desse público. Não excluindo a existência de moradias com esse recurso, pois também são recebidas famílias e pessoas com seu veículo, muitas vezes por motivos de mudança ou turismo.
Felipe nos conta que a moradia flexível deve crescer e ganhar mais espaço no mercado, se popularizando e se tornando mais uma opção para se morar. Nos próximos 10 anos, com o crescimento das cidades e o fluxo de pessoas nela, esse conceito irá cada vez mais se espalhar pelos bairros e essa será uma realidade cada vez mais comum, a exemplo de Curitiba.
Com isso, devemos nos atentar ao crescimento da cidade e a transformação urbana, para que seja possível proporcionar o que tem de melhor para todos os públicos da cidade, para que possa resolver de fato o problema da moradia. A pergunta que fica é: será que com esse movimento da moradia flexível, indiretamente, a população como um todo pode se beneficiar?
A imagem acima retrata mais espaços com foco nas pessoas.
Divulgação
Afinal, se descentralizarmos o centro, proporcionarmos serviços de qualidade, infraestrutura, segurança, comércios, lazer, escolas, trabalhos e áreas verdes pela cidade, temos maiores chances de que todos os espaços da cidade sejam melhores e mais acessíveis, proporcionando mais qualidade de vida a todos os moradores, auxiliando também no grande problema dos congestionamentos, que muito são causados devido a oferta de trabalho estar mais próximo a regiões centrais e de infraestrutura, onde grande parte da população não consegue morar.
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