Lista de mais procurados do Brasil tem preso em flagrante há três meses
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Lista de mais procurados do Brasil tem preso em flagrante há três meses
Tiago e Alexandre constam em lista de mais procurados do Brasil, mas já estão presos
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Um homem que está preso desde setembro no Paraná aparecia, até quinta-feira (18), como um dos mais procurados da Justiça no Brasil.
Veja a lista de criminosos mais procurados do Brasil
Tiago Alessandro Alves dos Santos foi preso em flagrante em 7 de setembro, segundo o Ministério Público paranaense, por uso de documentos falsos. Ele responde também por outros crimes.
Ainda assim, até quinta-feira (18), o nome e a foto dele apareciam na lista de procurados do Projeto Captura, lançado pelo Ministério da Justiça como um esforço entre os governos dos estados e o federal para combater o crime organizado.
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Após o g1 questionar o ministério e o governo do Paraná, Tiago foi excluído da lista (veja abaixo).
Na parte superior, foto do site do Ministério da Justiça com o nome de Tiago, que já está preso. Abaixo, foto do site já sem o nome dele.
Reprodução
Ministério diz que nomes são indicados pelos governos estaduais
Procurado pelo g1, o Ministério da Justiça disse que os nomes que constam da lista de procurados do Projeto Captura "foram indicados pelas autoridades estaduais" e que "não realiza validação individualizada nem divulgação detalhada da situação processual de cada pessoa listada" (leia a íntegra da nota abaixo).
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A Secretaria de Segurança Pública do Paraná e o Departamento de Polícia Penal do Estado negam ter fornecido os dados de Tiago para o Ministério da Justiça.
O que é a lista de procurados do Ministério da Justiça
A criação da lista de procurados foi determinada por uma portaria de 2023 do Ministério da Justiça. Segundo essa norma, os objetivos são
Divulgar os nomes das pessoas cuja prisão é estratégica para o combate a organizações criminosas.
Auxiliar os órgãos de segurança a prender esses criminosos, a partir de denúncias anônimas da população (o site tem os telefones 190, 197 e 181).
Contribuir para a redução de indicadores de crimes graves, violentos, hediondos ou semelhantes.
Garantir o cumprimento da lei penal (pela regra, só entra na lista quem é alvo de mandado de prisão).
Segundo a norma, cada governo estadual pode indicar até oito nomes para constarem da lista de mais procurados – em uma consulta na semana passada, o g1 contabilizou 197 nomes.
Também segundo a norma, o governo estadual deve comunicar o Ministério da Justiça se um procurado for preso ou se o mandado de prisão contra ele for revogado.
O ministério, entretanto, pode retirar o nome da lista se tiver "conhecimento inequívoco ou comprovado" da prisão ou da revogação do mandado de prisão.
Veja a lista:
O que diz o governo federal
Ministério da Justiça e Segurança Pública
"O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) esclarece que todos os nomes atualmente incluídos na lista nacional de procurados, no âmbito do Programa Captura, foram indicados pelas autoridades estaduais competentes e atendem aos critérios estabelecidos para inclusão na iniciativa.
A presença de determinado nome na lista pode decorrer de diferentes situações processuais, entre elas a existência de mandado de prisão em aberto, decisão judicial com trânsito em julgado ainda pendente de expedição do respectivo mandado ou processos que tramitam sob sigilo judicial, o que impede a consulta pública a determinadas informações por meio de bases abertas, como o Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Em razão dessas particularidades, o MJSP informa que não realiza validação individualizada nem divulgação detalhada da situação processual de cada pessoa listada. A seleção dos procurados, bem como a atribuição dos respectivos pesos de priorização (1, 3 ou 5), é de responsabilidade exclusiva das unidades da Federação, que encaminham as informações ao Ministério conforme critérios próprios e avaliações de risco realizadas no âmbito local.
Dessa forma, para esclarecimentos específicos sobre a situação jurídica de determinados nomes ou sobre os critérios adotados para a classificação de prioridade, o MJSP orienta que as informações sejam solicitadas diretamente às autoridades de segurança pública e órgãos de persecução penal dos respectivos estados."