Da Lava Jato a furto de champanhe, quem é o juiz do Paraná Eduardo Appio

  • 17/12/2025
(Foto: Reprodução)
Juiz federal Eduardo Appio Reprodução/Justiça Federal Da atuação na Lava Jato, na 13ª Vara Federal de Curitiba, ao furto de garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, Santa Catarina, a carreira do juiz federal Eduardo Appio foi marcada por polêmicas. Confira nesta reportagem: Carreira de Eduardo Appio Atuação na Lava Jato e afastamento por ameaça Senha "LUL2022" Suspeita de furtos de garrafas de champanhe Carreira de Eduardo Appio Juiz Eduardo Appio assume Vara da Lava Jato em Curitiba Nascido em 1971, em Erechim, no Rio Grande do Sul, Appio fez a graduação em Direito pela Universidade Luterana do Brasil, depois passou pelo mestrado em Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e fez doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Por fim, Appio fez um pós-doutorado em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). O juiz trabalhou em fóruns há mais de 30 anos, sendo 23 deles dedicados à Justiça Federal. Atuou também como promotor de justiça no Paraná e juiz de direito no Rio Grande do Sul. Ele passou pela área previdenciária, atuando na 2ª Turma Recursal do Paraná. Lá, o trabalho era colegiado, ou seja, sem decisões monocráticas. Em fevereiro de 2023, o juiz assumiu a 13ª Vara Federal, berço da Operação Lava Jato. O juiz chegou à vara por meio do concurso de remoção de magistrados para as unidades do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Meses depois, ele foi afastado da operação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, posteriormente, teve a transferência definitiva da função confirmada. Depois, foi transferido para a vara responsável por processos previdenciários. Atuação na Lava Jato e afastamento por ameaça Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba no início de fevereiro de 2023. Na ocasião, ele afirmou ao g1 que tinha como missão o resgate da credibilidade e da neutralidade político-partidária e o fim da espetacularização das operações. No cargo, ele expediu decisões como a prisão do delator da Lava Jato Alberto Youssef e a anulação da condenação do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral por suposta propina em obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ambos os casos foram revistos e anulados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Porém, em maio daquele mesmo ano, Appio foi afastado das funções por decisão do Conselho do TRF-4. A decisão atendia a uma representação do desembargador federal Marcelo Malucelli, que afirmou que o filho dele, João Eduardo Barreto Malucelli, recebeu uma ligação telefônica com "ameaças". João Eduardo Barreto Malucelli é sócio do ex-juiz Sergio Moro. O pai dele, Marcelo Malucelli, se declarou suspeito para analisar casos que envolvem a Lava Jato em abril de 2023. De acordo com o Conselho do TRF-4, havia indícios de que Appio tenha feito o telefonema para o filho de Marcelo Malucelli. Em setembro de 2023, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região reconheceu, por unanimidade, a suspeição do juiz Eduardo Appio no âmbito da Lava Jato e anulou todas as decisões do magistrado relacionadas à operação. Em janeiro de 2024, o CNJ arquivou o processo disciplinar instaurado contra Appio por este episódio, dois meses após o magistrado firmar um acordo no qual admite que teve conduta imprópria – sem detalhar qual foi a conduta. ENTENDA: Por que Eduardo Appio foi afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba? Sede da Justiça Federal, em Curitiba Giuliano Gomes/PR Press Senha "LUL2022" Poucos meses após assumir a 13ª Vara de Curitiba, veio a público a informação de que Appio usou a expressão "LUL22" como sigla de acesso ao sistema oficial da Justiça Federal. A sigla, segundo ele, era um protesto individual contra a prisão ilegal do então ex-presidente, Lula. "Alguns anos atrás, quando o presidente Lula ainda estava preso, a minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era 'LUL22'. Na época eu trabalhava com matéria previdenciária e esse foi um protesto isolado, individual, contra uma prisão que eu reputava ilegal. E depois, de fato, o STF [Supremo Tribunal Federal] considerou a prisão ilegal", disse na época ao programa Estúdio i, da Globo News. Appio afirmou que não se identificava como petista. "Eu acho que o atual presidente Lula é uma figura histórica muito importante para o país. Erros e acertos [de Lula] vão ser julgados pela Justiça", disse na época. LEIA TAMBÉM: Caso Tatiane Spitzner: Justiça nega que ex-marido condenado pelo assassinato receba herança da vítima Polícia: Cliente coloca fogo em loja de operadora de celulares após ficar insatisfeito com atendimento, diz PM Violência: Ossada encontrada no litoral do Paraná é de mulher desaparecida há um ano, aponta laudo; ex é réu pelo feminicídio Suspeita de furtos de garrafas de champanhe Em outubro, o juiz foi flagrado por câmeras de segurança furtando três garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, Santa Catarina. Assista ao vídeo: Vídeos mostram juiz do Paraná que atuou na Lava Jato furtando garrafas de champanhe Por conta do episódio, ele foi suspenso do cargo e se tornou alvo de um processo administrativo disciplinar por decisão da Corte Especial Administrativa do TRF-4. O processo apura a conduta do juiz e possíveis punições. Nas imagens captadas no mercado é possível observar o juiz circulando entre os corredores de camiseta azul e bermuda. Ele para no setor de bebidas e pega uma garrafa de champanhe francesa, à venda por R$ 399. Ele continua andando pelo mercado com a garrafa na mão e, em seguida, coloca a garrafa em uma sacola. Depois, desce pela rampa rumo ao estacionamento, mas é abordado por dois seguranças antes de sair e volta ao supermercado acompanhado por eles. Ele é levado a uma sala e um dos seguranças retira a garrafa da sacola e a coloca em cima da mesa. O juiz mostra um cartão aos funcionários, mas o caso é levado à Polícia Civil de Santa Catarina. Segundo as investigações, esta não foi a primeira vez que Appio teria furtado uma garrafa de champanhe. As imagens mostram outros dois episódios do mesmo crime. As investigações apontam que o primeiro caso foi no dia 20 de setembro. Nas imagens é possível ver Appio pegando uma garrafa enquanto segura sacolas. Em outro corredor, ele se abaixa e mexe nas sacolas. Na sequência, ele vai embora, passando direto pelo caixa, sem pagar nada. Em outro registro, no dia 4 de outubro, é possível ver o juiz em frente à gôndola de bebidas, segurando algumas sacolas. Ele pega uma garrafa, da mesma marca. Outra câmera registra Appio passando um urso de pelúcia no caixa, mas é possível ver uma garrafa dentro de uma das sacolas. Depois de passar pelo caixa, ele vai embora. Vídeos mostram juiz do Paraná que atuou na Lava Jato furtando garrafas de champanhe Reprodução Por meio de nota, Eduardo Appio classificou o caso como "fake news" e afirmou que sofre perseguições. A investigação chegou ao nome do magistrado a partir de um boletim de ocorrência que relatava o furto de duas garrafas de champanhe Moët. O documento cita que o suspeito do crime deixou o local do crime em um carro cuja placa estaria no nome do juiz. Após o juiz ser apontado como suspeito do furto, a Polícia Civil passou o caso para o TRF, uma vez que apenas o órgão pode investigar magistrados de primeiro grau. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2025/12/17/da-lava-jato-a-furto-de-champanhe-quem-e-o-juiz-do-parana-eduardo-appio.ghtml


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